Sugestão de Leitura

Corpo e as emoções                                                                                                        
            Tantas emoções – diferentes para cada emoção e, de certa forma, iguais para todos os seres humanos -, que começam tão rápido, revelam-nos muito a respeito dos mecanismos cerebrais centrais que organizam e direcionam as respostas emocionais.
Além dos sinais emocionais faciais e vocais, há também os impulsos emocionais na ação física que posem ser identificados. Acredito que são tão universais quanto às expressões faciais e vocais. Descreverei resumidamente aqui quais são, pois não são tão familiares para nós quanto às outras manifestações. Na raiva e também algumas formas de satisfação, há um impulso para aproximar do gatilho emocional. No medo há um impulso para congelar, se isso evitar a detecção. Há um impulso similar na aversão, mas acho que não é tão forte. A intenção parece ser não se afastar muito para se livrar do objeto ofensivo. Por exemplo, as pessoas poderão desviar o olhar se o objeto for visual, poderão sentir ânsia de vômito ou até vomitar se objeto for gustativo ou olfativo.
                Na tristeza, mas não na angústia, há uma perda generalizada de tônus muscular, e postura se retrai, sem ação. No desdém, há o impulso de encarar com desprezo o objeto. Na surpresa e no assombro, há uma atenção fixa no objeto da emoção. No alívio, há um relaxamento da postura corporal; no prazer sensorial tátil, há um movimento em direção fonte do estímulo, e, nos outros prazeres sensoriais, há uma orientação em direção à sua fonte, embora nenhum movimento possa ser diferente do olhar de soslaio. Observar atletas fazendo um ponto difícil sugere um impulso para a ação, muitas vezes envolvendo as mãos, no momento em que alguém sente ter alcançado alguma coisa. O riso frequentemente ocorre durante uma diversão intensa produz movimentos corporais repetidos, juntamente com espasmos de alegria.
                Nenhuma desses impulsos para a ação seria tecnicamente considerado um sinal, pois não foram elaborados ao longo de nossa evolução especificamente para o propósito de transmitir informação com clareza. Eles são involuntários, como os sinais faciais e vocais, mas provavelmente mais fáceis de inibir. Como os faciais e vocais esses, impulsos são universais e predefinidos, no sentido de que não precisamos aprendê-los.

REFERENCIA
EKMAN, Paul. A linguagem das emoções.  São Paulo: Lua de Papel. p. 77-81. 2007.

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